terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

~ leve ~

é como se assistisse à uma pequena distância a minha própria imagem caminhar pela areia. uma pessoa que não sei se conheço. cabelo escuro. olhos que tentam ser. com que força não faço idéia. como reconhecer uma imagem que se forma dez anos adiante? nós nos vemos. como projeção. como imagem. só imagino uma simplicidade brusca que aflora do nada numa vida estranha. um caminhar. uns olhares pra imensidão. pro que parece infinito. e talvez seja. só depende de onde podemos olhar.

não que eu só possa ser frágil no dia seguinte. é amanhã. e é claro como o inicio de um dia.

ela é leve. como sempre quis ser. tentando suavizar a voz e andar em linha reta na areia. com sua confusão latente. tentando gritar por sussuros. e do simples torna complexo. como se pode entender um pequeno grão de areia? imagens que se formam. e continuam fragéis. como nuvens, como sons de ventos fortes e luzes difusas.

se pudesse fazer parte desses quadros e fotografias que parecem imaginárias. se pudesse conduzir um dia inteiro. simplesmente andaria. e olharia. já é forte demais. tudo o que quis. posso sentir a areia nos pés, no corpo. sentar olhando pro infinito e esperá-lo tocar e molhar os pés. como se pudesse me tornar parte. como se pudesse ser. e por alguns segundos estar, absorver… pela dupla leveza da areia e da água. me sinto sendo.

porque é um detalhe nosso. pelo menos hoje é meu. e é tudo o que importa. o segredo de um dia.

[28.08.2008]

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