domingo, 30 de novembro de 2008

percepções de mpb

não dá pra ficar imaginando sempre como seria. mas essa sensação nostálgica é inevitável, de querer conhecer esses movimentos que delinearam a história da música popular brasileira. bossa nova, tropicália, jovem guarda, rock anos 80, mangue beat. se pararmos pra pensar será que houve realmente uma ordem cronológica?
essa história é composta de um emaranhado de influências e relações entre os protagonistas (quem um dia foi sempre será, o bom fica) dessa fascinante história da mpb. cenários e personagens. uma história que realmente aconteceu pra ser escrita e cantada. dá pra sentir até hoje a brisa da praia carioca em 'garota de ipanema' e sentir saudades da bahia mesmo sem conhecer ou vislumbrar as plataformas dos prédios de brasilia. somos meninos de várias cidades brasileiras tentando organizar o movimento e orientar o carnaval.
é tão forte que dá pra sentir como presença. acreditar por ver. surpreende a essa altura imaginar o brasil na epoca dos festivais, onde as músicas eram apresentadas ao público sem o 'filtro' tão absoluto das tvs, da imprensa. será que uma geração precisa se fortalecer para tornar isso possível? espero que um dia a nossa luta (seja ela pelo que for) se deixe mostrar explicitamente.
o meio vem para consolidar novas atitudes relacionadas à arte. ou seria para difundi-la somente? rápido e desenfreadamente. a tecnologia as vezes assusta (mesmo nos meus 21 anos). a sensação de um livro nas mãos, de pôr um cd pra tocar (lembrando também dos vinis), acompanhar pelo encarte, acontece como uma valorização, uma escolha pensada. uma identidade. não um espaço excessivo num banco de dados de difusão instantânea. hoje lidamos mais claramente com a incapacidade de conhecer o que se produz e como se produz.
uma busca minha. e conflitante. na confusão. no emaranhado. e na ausência. ouvindo e conhecendo coisas novas. migrando de espaço em espaço diante de uma tela de computador, como uma geração inteira tem feito. soltas e sozinhas em casa. ou com fones pelas ruas, no volume máximo claro. a música, a mais forte expressão dispersa em vidas individuais. sem ouvir os sons das ruas, sem conversar com as pessoas, sem inspirar. sem tentar viver, contrariando o que se ouve.
"caminhando contra o vento, sem lenço sem documento no sol de quase dezembro eu vou (...) por entre fotos e nomes os olhos cheios de cores, o peito cheio de amores vão. eu vou. por que não, por que não (...) ela nem sabe até pensei, em cantar na televisão. o sol é tão bonito. eu vou sem lenço sem documento nada no bolso ou não mãos. eu quero seguir vivendo amor. eu vou por que não, por que não..." (alegria, alegria - caetano veloso)

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

entre movimentos

não há como entender nenhum dos movimentos musicais da música brasileira isoladamente. entre influências e desafetos na história da nossa música, bossa nova, tropicalismo, o iê iê iê numa vresão brasileira com a jovem guarda são conhecidos e propagados até hoje. a bossa nova de certo modo, através da figura de joão gilberto, por exemplo, foi influência da geração que formou os tropicalistas. que diante do público aconteceram quase simultaneamente à turma de roberto carlos. como o brasil de um modo geral, nossa música, a formação de movimentos culturais formam um caleidoscópio de possibilidades. nessa cultura tão ramificada, ampla e de dimensões tão imensas... será que realmente podemos falar de um tipo específico de música que figure como brasileira por excelência? será que podemos realmente ter o samba como um elemento unificante da cultura nacional?

sábado, 11 de outubro de 2008

em contos


tem seus contos. são fortes e leves em suas especificidades. repletas de sensações. poéticas em melodias e letras. em alguns casos principalmente em letras. em outros principalmente em melodias. a música e suas composições sublimes... e fortes. feitas para serem sentidas além de ouvidas. cheias da essência de algum autor. de tantos. de vários. e, se pensarmos bem, todos merecem ser conhecidos. ouvidos. e sentidos. seja de que forma for.