sexta-feira, 12 de março de 2010

assim como não se pode dissociar politica e cultura, quando se pretende analisar as decadas de 50 e 60, também não podemos simplesmente tentar compreender a história dos festivais separada do contexto em que o teatro, o cinema e até mesmo a televisão se inseriam. em fevereiro de 1958 estréia pelo teatro de arena a peça 'eles não usam black-tie', com texto de gianfrancesco guarnieri e direção de josé renato. que foi o que consolidou essa tendência de valorização do autor brasileiro, que vinha sendo desenvolvida no decorrer dos anos 50, também através da lei "dos dois por um" de 1952 que definia que para cada três peças montadas pelas companhias teatrais uma deveria ser de autor brasileiro.

sexta-feira, 5 de março de 2010

ditadura militar. repressão. cpc da une. festivais. o fino da bossa. jovem guarda. tropicalismo. resistência. guerrilha. movimento estudantil.

hippies. beatles. lsd. amor livre. janis joplin. maio francês. contracultura. woodstok. jimi hendrix. revolução cultural. paz e amor.

seja em que lugar do mundo foi. a decada de 60, mais fortemente, o ano de 1968, deixou marcas na memória de quem viveu o periodo e no imaginário de quem só ouviu falar. não há quem, mesmo à distância, não sinta uma certa nostalgia, de uma lembrança que, de fato (por ter vivido o periodo) não tem. a impressão que dá é que tudo aconteceu. que cidades, estados, países foram abalados simultaneamente, por máquinas repressoras e tiveram, considerando as especificades de cada realidade e reação à ela, seus modos de resistir. o "é proibido proibir" escrito num muro em paris, vira música pelas mãos, voz, grito de caetano veloso no brasil, sob vaias de uma platéia ainda resistente às invenções/rupturas de um dos mais lembrados e talvez o que mais identificou o "movimento" tropicalista, expressão inspirada na obra do artista plástico hélio oiticica de 1967. brasil de repressão, de ditadura e ao mesmo tempo de vanguarda, de rupturas, de resistência...