quinta-feira, 9 de setembro de 2010

parece que eu ouço um grito ao fundo, uma vaia, um aplauso. aquelas reações inesperadas, que te deixam mais feliz ou que te frustam. quando se percebe quais informações e livros, músicas, filmes realmente chegam à maioria das pessoas. só me permito lembrar quantas coisas boas estão ainda inacessíveis, ou perdidas no, quase infinito, de uma rede que mais dispersa do que une (na minha humilde opinião, claro). com todas as facilidades parece que o conhecimento se dispersa, de tal modo, que a qualidade não é percebida, ou vista, ou lida. por que as pessoas não lêem poesia? porque lêem? resta perguntar porque o encanto da vida se perde no tumulto diário de estar em todos os lugares, de preencher cada um dos minutos do dia. sem encanto não há arte que resista. não há história incrivel que sustente. não há... força, nem vontade, nem disposição de se jogar às tentativas de construir coisas novas. a intenção é libertar o encantamento, preencher-se de liberdade, nutrir-se da vontade de lutar pela vida, pela esperança, pela coragem

|por mim e por outros|

sento em uma varanda imaginária pra folhear um livro desconhecido, daqueles que marcam e que, definitivamente, não preenchem as linhas das listas dos mais vendidos. um daqueles que não não estão nas páginas dos jornais, sem notas, sem falsas criticas ou apresentações. a primeira vista, a primeira luz, à poesia da primeira frase que se joga e condensa o espirito do dia, do que quer pra vida, do que quer fazer, escrever, ser. ando mais devagar pelas ruas da cidade, fones do ouvido, músicas que não tocam em rádio, que não passam na tv... sentindo no seu ritmo, sentindo no seu corpo cada nota, desconhecida pra quem só tentou aprender a tocar piano.

|aproxima o tom da voz| reconhece no sorriso| absorve|

ficou no meio do caminho desses trechos. com tanto pra conhecer. melhor não parar pra pensar na infinidade livros que quero ler, de músicas que quero ouvir, de filmes, imagens, lugares que quero ver. fico nos sonhos, no tempo que passa devagar. nos segundos preenchidos por linhas e notas.

|a vida no meio de tudo| com todas as suas peculiaridades e dispersões|

|o sonho alimentando o corpo| a pausa de tempo que conta em silêncio uma história de sons| o grito que condensa toda a força| a vaia que faz querer desistir| o aplauso que, mais alto, indica o caminho|

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